terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Debates sobre programa de governo para o PSOL Paraná!

No ultimo fim-de-semana, o Partido Socialismo e Liberdade debateu e analisou propostas para um programa de governo no estado do Paraná. O evento foi organizado pelo Diretório Estadual, aconteceu nas cidades de Londrina e Ponta Grossa e teve como tema a "construção de um projeto socialista para o Paraná". No ultimo dia 30/01, o debate foi em Curitiba.
Os debates contaram com a participação nas mesas de militantes do PSOL, de intelectuais e estudiosos e de representantes de movimentos sociais.

Em Londrina, o tema do evento foi "políticas públicas e a alternativa socialista" e abordou uma série de temas, desde a concepção e o caráter das políticas públicas, até temas específicos, como saúde mental, esporte e acessibilidade. Para Fernando Marcelino, debatedor da parte da manhã, coloca que as políticas públicas em um contexto de crise estrutural, passam a esgotar sua capacidade de atuação, pois a variante “neokeynesiana” que agrupamentos de esquerda adotam dependem de crescimento econômico. Para Angélica Araújo que também compartilhou a mesa, salienta que as políticas públicas devem ser pensadas em um contexto de propiciar uma maior participação democrática em sua elaboração e decisão, já que a população é excluída desse processo. Alisson Marques, que é bacharel em Educação Física, argumentou que as políticas públicas de promoção de saúde são verticais, culpabilizando sempre o indivíduo de seu estado de saúde, desconsiderando a complexidade do processo do viver e do adoecer em uma sociedade capitalista. Para Jackeline Lourenço, enfermeira e presidente do PSOL-Londrina, a questão da saúde mental, bem como da luta antimanicomial deve ser a bandeira do partido, na defesa e fortalecimento do SUS como política de Estado e com amplo controle social. O debate contou ainda com Almir Escatambulo, militantes do PSOL-Londrina, deficiente visual, que afirmou que a Acessibilidade deve ser encarada como uma luta política, e que é preciso ter uma representação de pessoas com deficiência na esfera política. Para que as diversas leis já existentes que beneficiam as pessoas com deficiência sejam cumpridas. E que a luta deve ser de classes tendo em vista, a marginalização das pessoas com deficiência no sistema capitalista, nos seus vários aspectos.


Em Ponta Grossa, o debate foi acerca das questões agrárias e ambientais e foi realizado no Assentamento Emiliano Zapata do MST. Célio Rodrigues, do MST, disse que a questão agrária no Brasil passa por combater o latifúndio e fazer de fato uma reforma agrária e que o PSOL deve ser porta-voz das bandeiras do MST na campanha eleitoral. Luis Almeida, trabalhador do IBGE e Doutor em Geografia pela USP, diferenciou a agricultura camponesa do conceito de agricultura familiar. Para Almeida, o PSOL deve incentivar e defender a agricultura camponesa, caracterizada pela junção da policultura e do minifúndio e não deve incentivar o modelo de monocultura, que traz uma série de prejuízos ambientais.
Lucas Perucci, que é biólogo e militante do PSOL-Londrina, conceituou a incompatibilidade entre meio-ambiente e o modelo capitalista. Já Andresa Jacobs, do Grupo Fauna, discorreu sobre a falácia do conceito de desenvolvimento sustentável, argumentando que é preciso pensar outro modelo de organização social. Todos os palestrantes apresentaram dados sobre o tema, que enriqueceram em muito o debate.

Para Valmor Venturini, um dos pré-candidatos a governador pelo PSOL, os debates foram muito positivos, pois permitiram a formulação de propostas que são concretas mas que ao mesmo tempo são diferentes das idéias dos demais partidos burgueses.

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