29 de JANEIRO
Dia Nacional da Visibilidade Trans*
A luta pelo fim das desigualdades e das opressões inspira a militância do PSOL todos os dias. Queremos um novo mundo, uma nova sociedade construída em laços de fraternidade e respeito entre todas as pessoas. E sabemos que as opressões sofridas pelas mulheres e homens trans* são fundamentais pra perpetuação da lógica do capital e da exploração.
O Dia da Visibilidade Trans*, ao contrário de localizar nossa luta em apenas um momento do ano, nos demonstra a necessidade de militarmos cotidianamente contra a transfobia. Esta opressão se expressa de diversas formas: nas escolas, no mundo do trabalho, nos inflamados discursos de fundamentalistas religiosos, nos consultórios de médicos e psicólogos, na falta de políticas de segurança pública e na violência policial contra travestis e transexuais. Nas piadas, nas comparações, nas "perguntinhas indiscretas". À cada momento em que alguém se recusa a chamar uma pessoa trans* por seu nome social. A violência transfóbica é cotidiana e, então, cotidiano deve ser o nosso enfrentamento.
Nesta leva, o Paraná e em especial Curitiba, ocupa um dos postos principais no assassinato de pessoas trans*, no ranking dos estados brasileiros. O PSOL defende a instalação de processos de investigação sobre todos estes casos, além da consolidação de políticas de proteção à estas pessoas. Nossa população trans* tem sido dizimada e temos a responsabilidade de lutarmos pela punição aos casos de transfobia. Também defendemos a ampliação dos serviços de saúde integral a este grupo. Defendemos a consolidação do CPAT - Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis e Transexuais do Paraná da Secretaria Estadual de Saúde, com ampliação de sua equipe técnica. Reivindicamos a despatologização da transexualidade e a retirada do status de doença dos manuais médicos e psicológicos, no entanto sem que isso represente qualquer tipo de recuo nas políticas públicas já garantidas para este setor. Também defendemos o direito à alteração do nome civil sem que haja a necessidade do escrutínio de gênero via laudo/parecer médico e psicológico e a necessidade de pronunciamento da justiça.
Defendemos os movimentos sociais das pessoas trans* e acreditamos que é apenas na auto-organização e no protagonismo deste segmento que as vitórias vão ser alcançadas. O PSOL quer ser um aliado nesta luta, incorporando as defesas dos movimentos em nossos programas e colocando nossos militantes e nossos parlamentares à serviço destes movimentos. Nesta perspectiva, anunciamos com muito orgulho a pré-candidatura à Dep. Federal da camarada Mel Campus, mulher trans* e ativista em Londrina-PR. Certamente será um avanço para a denúncia do conservadorismo machista e cisnormativo no cenário político do Paraná.
Por fim, apontamos um desafio para o nosso próprio partido e para a esquerda socialista organizada de todo o país: ao contrário do que pensamos, nossos partidos não estão livres da reprodução das violências transfóbicas. À cada espaço auto-organizado de mulheres em que se nega a participação de mulheres trans*, na diluição dos debates trans* nos setoriais LGBT (quase sempre hegemonizado por homens gays e cisgêneros), na blindagem de direções de organizações que reproduzem chacotas transfóbicas e não são disciplinados apenas por serem direções. Encarar e superar a transfobia dentro das nossas organizações também é uma tarefa nossa!
Nenhuma tolerência com a violência transfóbica.
Por um PSOL cada dia mais travesti. Cada dia mais transexual.
Secretaria Estadual LGBT - PSOL PR e
Partido Socialismo e Liberdade - Paraná
Núcleo LGBT - PSOL Curitiba e
Partido Socialismo e Liberdade - Curitiba