CARTA ABERTA DO PSOL- PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE À POPULAÇÃO LONDRINENSE
Por uma sociedade sem opressão e sem violência: nem moralismo, nem exploração sexual!
O PSOL é um partido que se quer fazer presente nas lutas contra qualquer tipo de opressão, seja ela de gênero, de raça e de classe, sendo assim não foge de fazer o enfrentamento sem medo das opressões de gênero, seja ela contra as mulheres, lésbicas, bissexuais, travestis, transex e transgêneros, e daqueles que por algum motivo se prostituem ou estão sendo escravizad@ pela exploração sexual.
O início da exploração sexual em Londrina remonta ao início do ciclo do café, já na década de 30, onde as mulheres eram trazidas de todo o país na recém nascida “capital do café”, em que a presença era quase que predominantemente masculina. Onde existia riqueza, existia também a ilusão de enriquecimento por parte destas mulheres. Passou-se o tempo, a cidade cresceu, e obviamente a moral e os bons costumes da época não permitiram que estas perambulassem pelas ruas, havia perseguição e um controle sanitário sobre elas. Com o aumento da cidade elas foram sendo empurradas para longe, ganhando outras ruas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, e agora Jardim Shangri-lá.
O Projeto do vereador Fu apresentando na semana passada trouxe vários sentimentos na sociedade de forma geral. Tirar a população que é explorada sexualmente no Shangri-lá e jogá-las para outro "canto" é simplesmente uma resposta higienista e moralista, é "jogar para baixo do tapete" um problema que é social sem enfrentar o real problema que é do tráfico de seres humanos e da exploração sexual. E, esse enfrentamento exigiria coragem para desbaratinar qualquer esquema de exploração sexual que é crime previsto em lei.
Nenhumas destas pessoas exploradas estão ali porque "são desocupadas" ou "são de vida fácil" como foram os comentários veiculados pela sociedade na mídia, mas são seres humanos que merecem respeito como qualquer outro. Tod@s tem história de vida, famílias, amigos...
A “política” de expulsá-las de um bairro nobre é a mesma lógica que tem ocorrido nos grandes centros com a internação compulsória dos usuários de crack em época de preparação para copa do mundo. Antes de qualquer ação as Ong`s que trabalham com este público, os pesquisadores da área, e mesmo este público, que dificilmente conseguirá participar sem sofrer represálias, mas que devem ser protegidas pela justiça, devem ser ouvidas e escutadas.
As políticas públicas de redução de danos devem ser prioridades para este público, e seus direitos como acesso à saúde, educação, emprego e segurança devem ser plenamente assegurados. Os crimes ocorridos contra as travestis na região do shangri-la entre 2008 e 2009, e mais recentemente em 2011 no “Marco Zero”- este com nota pública de repúdio do PSOL de Londrina- devem ser solucionados e não esquecidos e marginalizados.
Qualquer apontamento para esta população deve ser humanista e nunca repressora. Este debate não é local e já ganha destaque no projeto de Lei 4.211 de 2011 do deputado federal Jean Wyllys (PSOL) que trata da legalização da prostituição como forma de enfrentar a exploração sexual que vemos no jardim shangrila, por exemplo.
Queremos Direitos Humanos e não repressão! Direitos Humanos para tod@S!
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