Temos o Prefeito Suplementar de Londrina, e ele próprio afirma em matéria no G1 (Globo) que "a melhor solução teria sido o "padrinho" assumir o cargo. “Continuo dizendo que estou na repescagem. Quem ganhou a eleição foi o Belinati. Qualquer outro resultado, na verdade, não é a vontade do povo".
Ora fica muito claro em sua afirmação que o populismo belinatista volta para a vitrine. Entende-se também que o direito de ludibriar a população explorada continua a dominar esta cidade. A força do caudilho simplório continuará viva em seu governo municipal. Ele mesmo, prefeito suplementar, será um títere nas mãos do padrinho que ganhou a eleição. Teremos por mais um quadriênio as forças místicas, emocionais e nada racionais a fazer de conta que governam para os pobres explorados.
Indo ao grão do assunto, tivemos 273.002 votantes que foram às urnas expressar obrigatoriamente sua vontade. Destes, pouco mais de 67 mil (quase 20%) não foram votar, ignoraram a eleição por diversos motivos. Tivemos 15.624 pessoas que anularam o seu voto, e por nós do PSOL, são saudadas, pois de alguma forma e corajosamente digitaram outro número, dizendo não aos candidatos que se apresentaram. Mesmo que estejam incluídos aí os fiéis eleitores do caudilho padrinho. Ainda 7 mil e 4 votos brancos, outro modo de protesto. Assim temos 89.900 pessoas que não querem o prefeito eleito, e que somadas àquelas que votaram no outro candidato perfazem mais de 204 mil eleitores londrinenses que foram às urnas contestar o populismo do padrinho e do afilhado. Embora uma boa parcela apóie o liberalismo que representa o PSDB, temos uma parcela significativa da população no mínimo indignada.
Necessitamos aí ajudar a canalizar essa indignação, apontar rumos para uma população que é sistematicamente tratada como se fosse platéia de um show de mágica, onde o parlamentar faz que dá com uma das mãos, escamoteia com a outra e ainda é aplaudido no final.
Devemos questionar sobre quem governa uma cidade?, devemos informar, debater, deliberar de modo direto, sem representantes que se disfarcem de homens tementes a deus, bonzinhos, homens-família, e que são de fato respeitadores da lei e da ordem burguesa, dos que são donos do dinheiro, do poder político, donos e exploradores da cidade, donos dos que fazem as leis.
Devemos expor do modo tranqüilo, teimoso, obstinado quem são padrinho e afilhado que se associam para dominar o orçamento da cidade de Londrina.
Vamos debater com os moradores e explorados desta cidade sobre o modo de governar que seja direto, onde nós tomemos nossas decisões no rumo em que nós queremos e não no rumo que desejam os industriais, comerciantes, banqueiros que nos exploram para gozarem seus lucros, dinheiro e força de trabalho que nos são roubados todos os dias.
Assim ao final e novamente saudamos todos aqueles que optaram pelo voto nulo, que não é ilegal ao contrário do que pensam muitos políticos profissionais, ignorantes ou que desejam confundir a cabeça do eleitor. Devem eles estudar e entender a diferença entre nulidade do voto e voto nulo que nesta conjuntura é totalmente legal (na ordem burguesa) e legítimo.
Londrina, 30 de março de 2009.
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