quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Resoluções sobre as eleições de 2010

Na campanha eleitoral de 2010, os capitalistas brasileiros tentarão colocar novamente a eleição como uma disputa entre dois modos de gerenciar o capitalismo, um liderado pelo PT e outro pelo PSDB. Usam essa tática para tentar confundir os trabalhadores fazendo-os crer que não há saída para além do sistema capitalista.
Outro campo político que se apresenta como “novidade” no processo eleitoral, representado pela candidatura de Marina Silva, e que tenta se diferenciar através do debate sobre a questão ambiental, na verdade defende expressamente a política neoliberal implementada pelos governos FHC e Lula. Mesmo nas questões ambientais, onde poderia se diferenciar pela trajetória de militante desta área, Marina não apresenta críticas fundamentais ao governo Lula, defendendo inclusive políticas como a dos transgênicos e a construção de usinas hidrelétricas.
1. Ante este quadro entendemos que a única solução possível para um partido socialista é participar das eleições nacional e estaduais do próximo ano, apresentando candidaturas próprias, que sejam capazes de dialogar com os mais diversos setores dos oprimidos e explorados, na perspectiva da construção de um projeto de superação do capitalismo, que assumam a tarefa estratégica da construção do PSOL como partido socialista, que sejam capazes de debater soluções à crise ambiental do ponto de vista do projeto socialista e que assumam o compromisso de defender as propostas e o programa apresentados pelo partido, bem como a construção da Frente de Esquerda com PCB e PSTU na tática eleitoral e no movimento social.

2. Manifestamo- nos contrários à continuidade de conversas com Marina e o PV em torno de uma possível aliança. Se ao momento da ruptura de Marina com o PT era defensável, para alguns, que ela poderia tomar um rumo de esquerda, suas recentes posturas e declarações públicas revelam não apenas uma ausência de críticas ao modelo capitalista neoliberal, mas o apoio às medidas de implementação de tal modelo em nosso país. Destacamos que Marina defende a liberdade do mercado, a independência do Banco Central, o Plano Real e, no geral, a política econômica de FHC e de Lula.
3. No caso do Paraná, é bom lembrar, que nossa militância, ao longo desse ano, lutou contra a instalação de lixões, confrontando posições precisamente com o PV, dado que este é o partido que comanda os licenciamentos ambientais estando na direção do Instituto Ambiental do Paraná e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, de modo que se descarta qualquer possibilidade de diálogo com o partido de Marina Silva.
4. Defendemos que a conferência eleitoral nacional seja agora realizada com nova eleição de delegados (as), capaz de refletir o atual debate dentro do Partido.

5. Criticamos as posturas da companheira Heloísa Helena que, como demonstram as suas declarações públicas, estabelece conversas com Marina Silva e com o PV em contradição com a resolução aprovada na executiva nacional, ao manifestar apoio incondicionalmente à candidatura da Marina. Rechaçamos também a atitude de nossa presidente de desqualificar publicamente aqueles/as que pensam diferente de si dentro do Partido. Dentre os papéis de um (a) dirigente está o de servir de exemplo ao conjunto da militância, cumprindo as resoluções discutidas e aprovadas coletivamente em instâncias do Partido, ao invés de publicamente, desrespeitá-las ou extrapolá-las.

Curitiba, 19 de dezembro de 2009.
Luiz Piva
Secretario do Diretório Estadual do PSOL do Paraná

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